Como citar o verbete da versão ebook

VIANA, Isaías Caldeira; PINTO, Rafael Luciano; VIEGAS JÚNIOR, Rubens Rodrigues. Algorítmos e Datificação. In.: GOMES JUNIOR, Ronaldo Corrêa (Org.) keywords: termos e conceitos de linguagem e tecnologia na linguística aplicada. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2021, pp. 25-26.

Algorítmos e Datificação

Isaías Caldeira Viana

Rafael Luciano Pinto

Rubens Rodrigues Viegas Júnior

D’Andréa (2020, p. 30-31) propõe que, para muitos, um algoritmo pode ser definido como um conjunto de instruções programáveis, em forma escrita, com o objetivo de transformar dados em resultados. Ainda de acordo com o autor, tal conjunto de dados, que são guardados pelas plataformas online, é pensado para proporcionar relações entre si, por meio de rotinas computacionais. Sendo assim, datificação e mediações algorítmicas são fenômenos interdependentes” (D’ANDRÉA, 2020, p. 31).


De acordo com Mayer-Schoenberger e Cukier (2013), citado por Van Dijck (2017, p. 41), ao transformarmos uma ação social em dados on-line que podem ser quantificados e, como consequência, permitir o monitoramento em tempo real e análise preditiva, estamos lidando com datificação (ing. datafication). Em outras palavras, a datificação pode ser compreendida como o registro de uma ação da vida, social, ou fenômeno natural, artificial etc., na forma de um dado estruturado e indexável.
Figura 1. Interface do Spotify
















Fonte: Spotify

“Datificar algo significa representá-lo como um dado de forma lógica estruturada, possibilitando futuros cruzamentos e combinações estatísticas” (SILVA, 2019, p. 160). Para D’Andréa (2020), uma das características centrais da datificação é a possibilidade de transformar tudo o que se encontra disponível online em dados armazenáveis e, a partir deles, administrar diversos processos de monitoramento, ranqueamento e predição.

As questões abordando algoritmos e datificação podem dialogar, na educação, com o desenvolvimento de formas de letramento hacker (SANTO, 2012; DARVIN, 2017), isto é, com as diversas maneiras pelas quais podemos tentar driblar/contestar todo esse controle e vigilância exercidos por meio do acesso, já naturalizado, aos metadados dos cidadãos pelas corporações e instituições públicas. Podemos citar diversos como exemplos de atividades que podem envolveram mobilizar esse letramento hacker, como a utilização e a conscientização sobre a liberdade oferecida pelos softwares livres, o uso de navegadores anônimos que buscam barrar tais acessos a dados, ou mesmo atividades que envolvam a reflexão e a discussão sobre esse controle de nossos dados, buscando que os produsuários passem a exercer maior pressão para minimizar tais controles de dados.
Verbetes associados
dataísmo; metadados; plataforma algorítmica.

Referências


D’ANDRÉA, Carlos. F. B. Pesquisando plataformas online: conceitos e métodos. Salvador: EDUFBA, 2020. Cap. 2: Des(re)montando plataformas, p. 32-68.


DARVIN, Ron. Language, Ideology, and Critical Digital Literacy. In: THORNE, Steven; MAY, Stephen (eds.), Language, Education and Technology, Encyclopedia of Language and Education. New York: Springer, 2017, pp.1-14. Disponível em: http://gg.gg/uksn7


SANTO, Rafi. Hacker literacies: synthesizing critical and participatory media literacy frameworks. International Journal of learning and media, v. 3, n. 3, 2012. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/241890864_Hacker_Literacies_Synthesizing_Critical_and_Participatory_Media_Literacy_Frameworks Acesso em 26 de agosto de 2021.


SILVA, Sivaldo P. Comunicação digital, economia de dados e a racionalização do tempo: algoritmos, mercado e controle na era dos bits. Contracampo, Niterói, v. 38, n. 01, pp. 157-169, abr. 2019/ jul. 2019.


VAN DIJCK, José. Confiamos nos dados? As implicações da datificação para o monitoramento social. MATRIZes, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 39-59, 2017.

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